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Opinião – A luta pelo descanso aos domingos deve seguir na pauta
A batalha do movimento sindical comerciário pela garantia do descanso aos domingos precisa ser retomada. Ela segue na pauta. Diferentemente do que vivenciamos no final dos anos 90 e início de 2000, hoje, a euforia dos empresários pelo comércio aos domingos parece ter perdido um pouco da sua força.
Tal mudança ocorreu em função da dificuldade de encontrar mão de obra disposta a trabalhar nos finais de semana. Os trabalhadores mais jovens, hoje maioria no comércio, não aceitam essa imposição. O déficit de força de trabalho é ainda maior nos supermercados.
No interior do Rio Grande do Sul, expressivo número de empresários de pequeno e médio porte compreendeu que trabalhar de segunda a segunda não lhes garantia um faturamento realmente compensatório, além de afastá-los do convívio familiar. Esse foi o caso de Santa Maria, por exemplo. Considerada uma grande cidade do interior do RS, o município não foi à falência pelo fato dos mercados não abrirem aos domingos.
Santa Maria é um exemplo real da nossa luta, um exemplo de evolução, porém, no restante do estado essa questão ainda enfrenta muita resistência. O comércio aos domingos continua como uma bandeira dos grandes grupos. Por isso, é fundamental que campanhas locais discutam nos municípios esse tema, trazendo os trabalhadores e trabalhadoras para o debate. O resultado destes debates pode ser a formulação de projetos de lei com amplo apoio do setor e com boas chances de aprovação nas câmaras municipais.
A Fecosul vem acompanhando algumas movimentações, através dos sindicatos filiados. Em Bagé, já está tramitando um projeto no legislativo. Também em Rosário do Sul deve ocorrer em breve audiência pública para debater o assunto. Em Montenegro, o presidente da Câmara manifestou interesse em colocar o tema em debate. No município, diversos comerciantes decidiram não abrir mais aos domingos.
Hoje, a agenda sindical pauta o sindicato com outros temas, como a terceirização, a precedente 119, o reajuste salarial e o fator previdenciário. Porém, a luta dos domingos não pode ser esquecida. O comércio supermercadista não é classificado como serviço essencial. Os patrões dizem que sim, mas os trabalhadores não recebem tratamento de categoria de serviço essencial, vide a postura retrógrada com que os empresários tratam a questão salarial.
Mobilização importante
O Sindicato de Taquari está mobilizando os comerciários e sindicatos da região para a audiência pública que vai ocorrer no dia 24 de junho, em Teutônia. A Câmara de vereadores daquele município também está promovendo audiência pública para tratar do horário do comércio.
Por Joemir Oliveiea
Secretário de Comunicação da Fecosul