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No mês de março, Secretaria da Mulher da Fecosul e Sindicatos reafirmam luta pela igualdade de gênero
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, se aproxima e com a data, mais uma vez, a Fecosul reafirma suas bandeiras de luta. Durante todo o mês, através da Secretaria da Mulher, a Federação divulgará materiais informativos e atividades, que terão como objetivo dar visibilidade a temas como a igualdade de gênero, combate a violência, empoderamento das mulheres e outras pautas que englobam variados setores da sociedade. Os materiais – impressos e web – buscam a conscientização de homens e mulheres.
No site e redes sociais da Federação, semanalmente, serão trabalhadas as principais bandeiras de lutas defendidas pela Secretaria da Mulher da Fecosul. Nesta primeira semana de março, os temas serão salário igual para trabalho igual e o combate à discriminação das mães trabalhadoras. Acompanhe e compartilhe!
Salário igual para trabalho igual
No Brasil, cresce, cada vez mais, o número de mulheres ocupando vagas no mercado de trabalho e cargos nos espaços de poder. Mesmo com tal aumento, elas ainda sofrem com a desigualdade salarial e enfrentam dificuldade na busca por lugares públicos que possam deixar os filhos durante o período em que estão trabalhando.
Pesquisas mostram que os rendimentos entre homens e mulheres, considerando os mesmos cargos, são desiguais e injustos, pois, no Brasil, o salário delas chega a ser 30% menos que o salário dos homens. Os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – apontam que os homens ganham mais que as mulheres em todas as faixas de idade, níveis de instrução, tipo de emprego ou de empresa. A menor diferença salarial relacionada a gênero está na faixa mais jovem da população, que possui nível universitário, sendo a defasagem mais baixa entre trabalhadores formais e mais alta entre aqueles que trabalham em pequenas empresas.
Uma pesquisa, realizada em 2015, mostrou que, hoje, no Brasil, devido à desigualdade, homens e mulheres trabalham o ano todo, porém as mulheres só recebem salário igual ao dos homens até 19 de outubro, depois estariam trabalhando de graça. O cálculo foi feito com base em estatísticas do IBGE pela especialista em economia de gênero Regina Madalozzo, do Insper. As diferenças salariais no país chegam a 20,32%, considerando profissionais que trabalham 40 horas por semana.
Para a diretora da Secretaria da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva, a disparidade salarial é incompreensível. “Em um mercado de trabalho com liberdade de contratação e demissão, é incompreensível haver divergências salariais entre homens e mulheres em decorrência unicamente de discriminação”, abordou a diretora.
A diretora ainda reafirmou a luta pela igualdade salarial. “Lutamos para combater a desigualdade de salários entre homens e mulheres; para exigir que mulheres mais qualificadas tenham oportunidade de assumirem postos de comando e ganhem igual aos homens nas mesmas condições; também para impedir que mulheres sejam submetidas aos estereótipos de gênero que ainda predominam em nossa força de trabalho que é muitas vezes agrupada em trabalho feminino e o masculino”, destacou Silvana.
Contudo, o aumento da participação da mulher como provedora da renda familiar deu um grande salto e não diminui o papel da Mulher como mãe, esposa e responsável pela administração do lar, e nesse ponto enfrentam outro grande problema: a falta de creches para deixar seus filhos.
A dificuldade de acesso as creches não é só um empecilho enorme na vida das trabalhadoras, mas também na educação das crianças.
Segundo dados do IBGE, a falta de creches é o principal motivo para as mulheres trabalhadoras abandonarem o emprego. Na melhor das hipóteses, sem ter como pagar uma creche particular ou acessar as vagas insuficientes da rede pública, muitas vezes as mães acabam deixando a criança com familiares ou cuidadoras, sem nenhuma capacitação profissional, sem espaços/equipamentos adequados e nenhuma segurança.
Apesar de a educação infantil ser um direito da criança até seis anos de idade, garantido no artigo 7º da Constituição Federal em seu inciso XXV e na Lei de Diretrizes e Bases de 1996, não existem vagas suficientes nas creches da rede pública. Pelo contrário, mesmo se contamos com a rede privada, menos de 2 a cada 10 crianças brasileiras estão matriculadas em creches.
Enquanto o Governador Sartori aumenta o salário de deputados, secretários e juízes (o que vai custar mais de R$ 5,7 milhões aos cofres públicos) e dá um reajuste de apenas 9,6% para o salário mínimo regional dos trabalhadores, valor que nem cobre a inflação, a educação infantil também é prejudicada. O Rio Grande do Sul apresenta um déficit de 172 mil vagas para educação infantil, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
No RS, 84 Municípios (16,9% do total) não possuem atendimento em creche e 106 Municípios (21,33%) têm creche em tempo parcial, com duração diária inferior a 7 horas. E na imensa maioria das cidades que possuem creche em tempo integral, a maior parte destas creches não são públicas. O que dificulta o acesso as trabalhadoras, que com pouca renda não tem condições de pagar para que cuidem de seus filhos.
Das cinco cidades que possuem o menor número de vagas, duas são formadas por grandes concentrações de trabalhadoras e estão localizadas na região metropolitana de Porto Alegre: Alvorada que atende apenas 9,78% das crianças e Viamão que atende apenas 14,6%. Entre as maiores e mais ricas cidades, Porto Alegre atende apenas 49,75%, Caxias do Sul (37,54%) e Canoas (23,88%).
Cobrar dos governantes e dos patrões o direito à creche
O acesso à creche é um direito das mães e das crianças e um dever do Estado. Devemos cobrar que o governo pare de desperdiçar dinheiro e invista 10% do PIB na educação, disponibilizando creches públicas, gratuitas e de qualidade em tempo integral para 100% das crianças. Mas até que se consiga obrigar o governo a cumprir a lei e garantir as creches, devemos exigir também das empresas que cumpram a lei e disponibilizem creches ou auxílio creche para os filhos de funcionários.
Assessoria de Comunicação com informações de Portais
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