Outubro foi instituído como o mês de ampliar e promover a conscientização das mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que mata milhares no mundo todo. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que uma média de 58 mil novos casos de câncer de mama serão identificados em 2016.
Este ano, a Fecosul, através da sua Secretaria da Mulher, e os sindicatos filiados estão novamente engajados no outubro Rosa. Com a campanha “Suas mãos podem salvar sua vida”, a entidade traz mensagem sobre a importância do autoexame como diagnóstico precoce do câncer de mama. Pesquisas apontam que quando o câncer é identificado em estágio inicial as chances de cura são de aproximadamente 95%.
Durante todo este mês estão sendo apresentados trechos da entrevista, realizada com a médica ginecologista Luciane Battissini, de Caxias do Sul, que buscará esclarecer mais sobre a doença. Na semana passada, a entrevista abordou a prevenção e realização do autoexame. Na última parte da entrevista, vamos saber mais sobre cirurgia reparadora e conhecer a história de Almeri Finger de Castro, presidente do Sindicomerciários Lagoa Vermelha, que venceu a luta contra o câncer de mama.
Fecosul: O que é a reconstrução da mama?
Drª Luciane: Reconstrução mamária é alcançada através várias técnicas de cirurgia plástica, que procuram restaurar uma mama a forma mais próxima em aparência e tamanho a uma mama normal.
Fecosul: Quem teve câncer de mama podem fazer cirurgia reparadora gratuitamente?
Drª Luciane: Você tem direito a realizar a cirurgia reparadora gratuitamente, tanto pelo SUS como pelo plano de saúde. Se estiver em tratamento no SUS, exija o agendamento da cirurgia no próprio local e, se não estiver, dirija-se a uma Unidade Básica de Saúde e solicite seu encaminhamento para uma unidade especializada em reconstrução mamária. Pelo Plano de Saúde, consulte um cirurgião credenciado.
Fecosul: Por que realizar a reconstrução da mama?
Drª Luciane: Reconstrução mamária é um procedimento fisicamente e emocionalmente gratificante para uma mulher que perdeu uma mama devido ao câncer ou outra condição. A criação de uma nova mama pode melhorar drasticamente a sua autoimagem, autoconfiança e qualidade de vida. Embora a cirurgia possa dar uma mama relativamente de aparência natural, uma mama reconstruída nunca vai parecer ou ter sensibilidade exatamente igual a mama que foi removida.
Segundo a ginecologista o diagnóstico precoce do câncer de mama aumenta a expectativa de vida da paciente, bem como as chances de cura da doença. Por isso fazer o autoexame das mamas, ir ao médico mediante qualquer alteração nas mamas e realizar anualmente a mamografia são atitudes simples, mas de grande importância para a saúde da mulher.
Hoje, vamos conhecer a história de Almeri Finger de Castro, uma mulher guerreira, que descobriu o câncer de mama em um autoexame há quase anos atrás.
“Em torno de oito anos e meio, em um autoexame, encontrei uma “bolinha” no meu seio esquerdo. Fiquei muito angustiada e imediatamente fui ao médico, que me solicitou uma mamografia. Fiz e não apareceu nada, insisti, ele solicitou que refizesse outra mamografia. Mais uma vez nada apareceu. Sugeri um ultrassom e ele concordou comigo. Então neste exame foi constatado um nódulo pequeno tamanho 1-A. Fiz uma biopsia, quando o resultado saiu eu e meu esposo não tivemos coragem de abrir. Levamos ao médico e quando ele nos disse que o que eu tinha no seio era um tumor maligno, choramos muito. Saímos do consultório desanimados, foi como se o chão tivesse aberto e nós tivéssemos caído em um abismo. Mas em poucos minutos, meu esposo (Paulão), meu grande companheiro, disse: “vamos no especialista, vamos procurar quem pode nos ajudar”, e assim o fizemos”.
Após ser diagnosticada, Almeri começou a busca para vencer a doença. “Comecei a trilhar uma longa caminhada, que perdura até hoje, mas que vale o valor da minha vida. Em poucos dias, mais precisamente dia 8 de dezembro de 2008, fiz a cirurgia. Pouco tempo depois iniciei as quimioterapias, que duraram até o mês de abril de 2009. Foram quatro sessões, em que perdi os cabelos, mas com a cabeça cheia de esperanças. Após as quimioterapias, foram 36 sessões de Radioterapia diárias, enfrentando viagens de Lagoa Vermelha a Passo Fundo. Todos os médicos (as), enfermeiras (os), motoristas, profissionais da saúde foram importantíssimos, mas o apoio da família e dos amigos foi e ainda é fundamental. O que eu mais ouvia eram as pessoas me dizendo: “estou rezando por você”, “estou fazendo uma novena para ti”. Recebi orações de tantas pessoas, que até hoje não sei de quem são”, relembrou Almeri.
Para Almeri as pessoas precisam estar mais conscientes que a doença pode afetar qualquer um e que somente estando atento é possível diagnosticar precocemente o câncer, aumentando as chances de cura. “Deus esteve e está comigo em todos os momentos, com certeza foi ele quem me deu forças para suportar a dor de um Câncer. Está dor não doí só o corpo, dói a alma e chega a ser um atestado de óbito para aqueles que não buscam informações e ajuda. Oito anos se passaram, hoje estou aqui trabalhando, cuidando da casa, dos filhos (Marina e Moisés), namorando meu querido Paulão, que nunca me abandonou por um só minuto, viajando, tendo uma vida mais que normal e acima de tudo feliz. Meu sogro dizia sempre que em relação a doença “quem procura acha”, e eu digo “quem procura acha a tempo de resolver”. Então precisamos nos conscientizar que um diagnóstico precoce aumenta as chances de cura em quase 95% dos casos. Vamos nos tocar, nos amar, nos cuidar. Você é a pessoa mais importante do universo”, finalizou .
Na semana que vem, última da série, vamos saber mais sobre os direitos decorrentes da doença. Infelizmente nem todas as mulheres portadoras do câncer de mama sabem que possuem direitos que, longe de resolver a situação, podem trazer mais conforto e alento num momento tão difícil da vida.Assessoria de Comunicação Fecosul