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Petroleiros da Refap entram em greve nesta quarta para baixar preço do gás de cozinha e dos combustíveis
O Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS), representante dos trabalhadores do Sistema Petrobrás no estado, informa que a categoria petroleira iniciará uma greve nacional de advertência por 72 horas, a partir do primeiro minuto desta quarta-feira, dia 30 de maio.
A greve, convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), é contra o aumento abusivo dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis; contra a privatização da empresa; pela retomada da produção interna de combustíveis; pelo fim das importações da gasolina e outros derivados de petróleo; e pela saída imediata do presidente da Petrobrás, Pedro Parente.
Atua política de preços da Petrobrás só favorece o mercado
A atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobrás. Desde julho de 2017, os reajustes passaram a ser diários. A Petrobrás alterou 230 vezes os preços nas refinarias, com aumentos de mais de 50% na gasolina e diesel, enquanto os preços do GLP tiveram 60% de reajuste.
Segundo o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia, essa situação deverá ser agravada se o refino for entregue para a iniciativa privada. Em 2013, a Petrobrás tinha capacidade de atender 90% da demanda interna de combustíveis. Em 2017, esse percentual foi diminuído intencionalmente para 76% e hoje, de forma deliberada e intencional, o próprio governo reduziu a produção das refinarias.
No caso da Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), em Canoas, a planta trabalha hoje com 67% de sua capacidade de produção. Enquanto isso, os derivados importados já representam 24% do mercado nacional. Ou seja, a cada 10 litros de gasolina vendidos no Brasil, 2,5 litros são importados.
“A Petrobrás tem capacidade para abastecer integralmente o País com diesel, gasolina e gás de cozinha a preços bem abaixo do mercado internacional. É uma opção política e este governo optou pelo mercado e não pelo povo”, afirma o presidente do Sindicato.
Estudantes apoiam
Estudantes da Escola Estadual André Leão Poente, de Canoas, participaram na tarde desta segunda-feira, dia 28, da manifestação dos petroleiros e caminhoneiros que estão concentrados em frente à REFAP. Com cartazes de diferentes frases, ele pediram “Intervenção Literária Já, por mais aulas de história” (numa crítica a movimentos que estão usando a paralisação dos caminhoneiros para pedir a intervenção militar).
Outros cartazes exibidos tinham frases como “Fora Temer” e “64, Nunca Mais”. Eles também mostraram seu apoio à luta dos petroleiros e pediram Petrobrás 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores.
Motivos para protestar
De fato, os estudantes têm motivos para apoiar o movimento. A política desastrosa do governo ilegítimo de Temer/Pedro Parente para a Petrobrás, com o desmonte da empresa e a entrega do pré-sal a empresas estrangeiras, é responsável pela perda de bilhões de reais para a educação, conforme estabelecia a lei.
A Lei assinada pela presidente Dilma Roussef em 2013, destinava 75% dos royaltes do petróleo para a educação e 25% para a saúde e 50% de todos os recursos do Fundo Social do pré-sal seriam destinados para os dois setores. Esses percentuais representaram, numa hipótese modesta, um investimento de R$ 112 bilhões em dez anos para a educação e R$ 326 bilhões em 30 anos.
Mas com a entrega do pré-sal pelo governo golpista, além de outras políticas que beneficiam apenas os setores privados da educação, estes recursos serão bastante reduzidos.
Fonte: Sindipetro-RS