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“Querem arrancar o couro do trabalhador”, alerta CUT-RS sobre proposta de extinção do Ministério do Trabalho
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Em vídeo divulgado na última sexta-feira (9) nas redes sociais, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, faz um alerta sobre os graves riscos que representa para a classe trabalhadora brasileira a proposta de extinção do Ministério do Trabalho, anunciada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), na quarta-feira (7), em Brasília.
Para o dirigente sindical, um dos motivos que levou empresários a apoiarem o fim da pasta é a fiscalização do trabalho infantil e escravo, que, em caso de incorporação com outro ministério, como foi sugerido por Bolsonaro em entrevista à TV Record, pode ficar comprometido.
“Eles não querem normas reguladoras, que botam um pouco de humanismo dentro da ambiente profissional e que criam condições dignas para que funcionários exerçam suas atividades. Os maus patrões não querem inspeção ou multas, querem agora é arrancar o couro da classe trabalhadora dentro das fábricas, escritórios, rincões e fazendas”, denuncia Nespolo.
No ano passado, o Ministério foi o responsável por 88 operações de fiscalização que resgataram 341 pessoas de situações análogas a escravidão no interior do país. Os dados foram divulgados no Portal da Transparência.
Fundado pelo então presidente Getúlio Vargas, em 1930, o Ministério não apenas regulamenta profissões, gerencia os registros de sindicatos, fiscaliza e media as relações de trabalho, como também administra o PIS/PASEP e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Os recursos do FAT, oriundos da arrecadação de 1% sobre a folha de pagamento de todas as empresas do país, são destinados para obras de infraestrutura, projetos sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, e benefícios como o seguro-desemprego.
“Em 2017, o FAT administrou 57 bilhões de reais e é esse fundo que está na mira de Paulo Guedes e de Bolsonaro. Eles estão de olho nesses recursos que pertencem aos trabalhadores e não podem ser desviados para outras finalidades”, explica Nespolo, que teme que a realocação dessa verba em outras áreas possa comprometer a qualificação profissional e manutenção de direitos básicos dos trabalhadores.
“Com o fim da pasta do trabalho, o seguro-desemprego fica em risco e, em um país com mais de 13 milhões de desempregados, ele é mais do que importante, é vital”, alerta Nespolo.
O presidente da CUT-RS aproveita para convocar os trabalhadores e as trabalhadoras para o Dia Nacional em Defesa da Previdência Social e do Ministério do Trabalho, que ocorrerá no próximo dia 22.
Assista à integra do vídeo!
Fonte: CUT-RS