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Ataque a Vini Jr. leva ONU a se posicionar de forma contundente contra racismo

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O ataque racista sofrido pelo jogador brasileiro Vini Jr, atacante do time espanhol Real Madrid, vem mobilizando, além do governo brasileiro, várias instituições, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU), que se posicionou de forma contundente contra a discriminação racial no futebol.

Em Genebra, na Suíça, o alto comissário da ONU, Volker Turk, fez uma denúncia sobre o caso, nesta quarta-feira (24), evocando ‘esforços coletivos’ para acabar com essa forma de violência no esporte.

Ao citar que o caso ocorrido no domingo (21), em que Vini Jr foi, mais uma vez, alvo de ofensas racistas durante a derrota do Real Madrid para o Valência, como ‘um lembrete brutal da prevalência do racismo no esporte’, Turk fez o apelo “a todos os eventos esportivos do mundo para enfrentar, combater e prevenir o racismo”.

Reação brasileira

A mobilização contra o racismo teve seu primeiro enfrentamento oficial do Brasil um dia após o caso ocorrer e ganhar repercussão nas redes sociais causando revolta na sociedade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após declarar repúdio em relação ao ataque sofrido pelo jogador, convocou os ministérios de Relações Exteriores, do Esporte, da Igualdade Racial, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e da Cidadania, para não só se posicionarem sobre o caso, como cobrar das autoridades espanholas a punição dos agressores do jogador.

Em nota o governo afirmou que lamentava “profundamente que, até o momento, não tenham sido tomadas providências efetivas para prevenir e evitar a repetição desses atos de racismo” e pediu providências não somente do governo espanhol como da Fifa para que tomasse providências para que o racismo seja varrido do futebol.

A reação do governo brasileiro acabou se tornando um gesto diplomático de repúdio após o Itamaraty convocar a Embaixada da Espanha em Brasília para comunicar a posição oficial do governo em relação ao caso que, na verdade representa um problema institucional, já que vários outros casos de racismo contra brasileiros já ocorreram na Espanha.


Foto: Reprodução

Ato em apoio a Vini Jr

O Consulado Geral da Espanha no Brasil, sediado em São Paulo, foi palco de um protesto contra o racismo na tarde de terça-feira (23). Diversas entidades de movimentos negros prestaram solidariedade ao atacante. Mais de 200 pessoas foram até o local com faixas e bandeiras exigindo providências contra o racismo sofrido pelo jogador brasileiro.

Ao canal de notícias esportivas, a ESPN, o presidente da União de Negras e Negros pela Igualdade (Ungero), André Alexandre, afirmou que ‘não há mais espaço para a intolerância, racismo ou qualquer preconceito no mundo’. “Vamos estar juntos. Chega de racismo”, disse.

Os manifestantes cobraram, sobretudo, respostas e providências do governo espanhol e criticaram as declarações dadas por Javier Tebas, presidente da La Liga, realizadora do campeonato espanhol.


Foto: Roberto Parizzotti

La Liga Racista

Tebas havia feito uma postagem, pelo Twitter, rebatendo Vini Jr, negando que a Espanha e a La Liga sejam racistas. Disse ainda que o jogador está sendo injusto em suas acusações. “Não podemos permitir que seja manchada a imagem de uma competição que é acima de tudo um símbolo de união entre os povos”, disse o dirigente da La Liga.

Santander

Patrocinador oficial da La Liga, o banco espanhol, também presente no Brasil, país que rende às instituições parte significativa de seus lucros globais, afirmou em nota que “repudia veementemente qualquer manifestação de preconceito ou racismo”.

O posicionamento veio após a repercussão negativa vinculada ao nome do banco, acusado de conivência com o comportamento adotado pela La Liga. Além de expressar o repúdio, o Santander informou que desde o ano passado, já havia decidido, por conta de casos semelhantes, não renovar o contrato de publicidade, que termina após as duas rodadas que ainda faltam para o fim do campeonato.

No entanto, a EA Sports, empresa de jogos eletrônicos, já fechou contrato de patrocínio com a La Liga, para substituir o Santander. A EA pagará 30 milhões de euros pela publicidade, valor acima dos 17 milhões de euros pagos pelo banco espanhol.

Foto de abertura: Roberto Parizzotti

Fonte: CUT Brasil

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