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“Não vamos afrouxar”, garante CUT-RS nas manifestações em Porto Alegre contra reforma da Previdência de Temer

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A CUT-RS, centrais sindicais e movimentos sociais realizaram várias manifestações em Porto Alegre nesta segunda-feira (19), marcando o Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência. As entidades não recuaram diante da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro e mostraram indignação, resistência e disposição de luta para barrar os retrocessos da proposta do governo ilegítimo e golpista de Michel Temer (MDB).

Os protestos iniciaram na madrugada, às 5h, no Monumento do Laçador, em Porto Alegre. De lá, após concentração, os manifestantes saíram em caminhada até o Aeroporto Internacional Salgado Filho.

No saguão de embarque foi realizado um ato denunciando a propaganda enganosa do governo e os interesses por trás da reforma da Previdência. Também foram mandados recados aos assessores dos parlamentares que embarcavam para Brasília.

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Depois, os manifestantes se deslocaram até a Estação Rodoviária, no centro da capital gaúcha, onde fizeram às 7h outra concentração, com panfletagem aos usuários de ônibus e do Trensurb. Além disso, eles levantaram cartazes, faixas e bandeiras, gritando palavras de ordem, enquanto dirigentes de entidades de diferentes categorias falavam para a população.

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Às 8h30, os participantes saíram em marcha até o prédio do INSS, na Travessa Cinco Paus, ao lado do Mercado Público, onde foi realizada, às 9h, outra manifestação.

 

Os presidentes das centrais sindicais enfatizaram a necessidade de manter e fortalecer ainda mais a resistência para enterrar a reforma da Previdência do golpista Temer.

Ao final, todos e todas foram convidados a participar do ato das centrais sindicais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que ocorre na tarde desta segunda-feira, com concentração às 17 horas, na Esquina Democrática.

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“Não vamos afrouxar”

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que mais uma vez o povo brasileiro se levantou contra a reforma da Previdência. Ele informou que havia inclusive greves e paralisações em várias cidades no interior gaúcho e outros estados. “Não basta a gente reclamar da reforma da Previdência, que transforma a aposentadoria numa missão impossível, mas vamos ter que lutar muito para que ela não aconteça.”

“Já colocamos os deputados que estão com Temer nos postes (referência aos cartazes e outdoors) a estamos avisando aos indecisos que a cara deles vai para o poste também, caso fiquem contra os trabalhadores. Apostam que vamos esquecer que votaram a reforma trabalhista, que mantiveram Temer no cargo a custa de muito dinheiro e que querem fazer a reforma da previdência, mas não vamos deixar o povo esquecer”, alertou.

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Nespolo chamou a atenção para a intervenção federal no Rio que, segundo ele, se trata de uma “cortina de fumaça” para a reforma da Previdência. “Mas sabemos que um dos principais motivos do golpe contra a presidente Dilma foi aprovar a reforma trabalhista e a reforma da previdência e, por isso, não vão desistir. Por isso, não vamos afrouxar”.

Ladrões de direitos

O dirigente da CUT-RS também lamentou que os deputados, que apoiam o governo Temer e que já declararam seu voto a favor da reforma, não estiveram de madrugada no Aeroporto embarcando para Brasília “para ouvirem o que os trabalhadores têm a dizer”. Segundo Nespolo, “eles pegam carona nos aviões da FAB, dos ministros Osmar Terra e Padilha, que utilizam a Base Aérea de Canoas para fugirem da pressão popular”, denunciou.

Ele lembrou que não só a reforma da previdência precisa ser computada na conta desses deputados, mas também a reforma trabalhista, que retirou direitos históricos dos trabalhadores. “São ladrões de direitos, que aprovaram a reforma trabalhista e agora querem ‘arrancar o couro’ dos aposentados e roubar o futuro dos brasileiros”, disse.

 

Nespolo avisou que as entidades sindicais e os movimentos sociais irão atuar nas bases eleitorais desses parlamentares no Estado para não deixar a população se esquecer quem são eles. Ele destacou que estão sendo colados novos cartazes e foram instalados 100 outdoors com a foto dos deputados favoráveis na Capital e no Interior.

“Estamos reafirmando o pacto de luta contra a reforma da Previdência e pela democracia. E estamos só começando. Vamos pegar o pé dos deputados numa ponta e, na outra, ir preparando a greve geral, porque, se marcarem para votar, o Brasil vai parar”, finalizou repetindo um das principais palavras de ordem das manifestações das centrais.

A secretária da Igualdade Racial da CUT-RS, Angélica Nascimento, destacou que o ato também era para alertar a população em geral dos riscos que todos correm com a reforma da Previdência, especialmente as mulheres. “A gente vê na televisão dizerem que não vai ser retirado direito algum, que ninguém vai ser afetado, mas as mulheres serão sim as mais afetadas”, frisou.

Angélica lembrou que já foi assim com a reforma trabalhista, que entre outras maldades permite que as mulheres grávidas trabalhem em locais insalubres. “Não vamos nos iludir com a reforma da Previdência, acreditando que, como diz a mídia, não seremos afetadas, porque seremos sim”.

Fim dos sonhos

O vice-presidente da CUT-RS, Marizar Mansilha de Melo, reiterou a necessidade de dialogar com os trabalhadores e trabalhadoras e firmar posição de que no próximo mandato os que votarem a favor da reforma “não estarão mais viajando para Brasília na segunda-feira porque não vão se reeleger”.

Ele destacou ainda que é tarefa de cada um e de cada uma ajudar na conscientização da população, dos trabalhadores do campo e da cidade, dos setores privado e público, de que a reforma da previdência é mais um golpe nos direitos dos trabalhadores brasileiros. “É o fim do sonho dos jovens que estão começando a trabalhar; das pensionistas; e também dos que estão para se aposentar”, acrescentou Marizar.

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Enganosa e sorrateira

A presidente do CPERS Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, chamou a atenção para o cuidado com o que a mídia reproduz. “Antes a mídia nacional chamava a população às ruas para derrubar o governo Dilma, mas não falou que o golpe não foi contra uma presidenta ou um partido, mas contra a população. Usou o discurso da corrupção para esconder que tem lado e é o lado do golpe”, criticou ela, lembrando que assim como defendeu a reforma trabalhista, agora a mídia defende também a reforma da Previdência.

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Para Helenir, a mídia “tem lado, engana e é sorrateira e nosso papel é conversar com a população e mostrar o que realmente representa a reforma da Previdência e o prejuízo que trará para o povo”. Ela salientou que essa reforma vem sendo levada a cabo por um governo que está tirando todos os direitos dos trabalhadores para beneficiar os empresários deste país. “Nossa luta será denunciar em todos os cantos do Brasil os deputados que riem de nós e que dizem que não se elegeram com nossos votos. Temos que garantir que aqueles que votarem contra os trabalhadores não voltarão para Brasília”, finalizou.

Falando em nome dos jovens, Vitor, representando o Levante Popular da Juventude, ratificou que a juventude está mobilizada contra o governo golpista do Temer. “A reforma da previdência compromete o nosso presente e o nosso futuro. Somos o segmento onde há maior desemprego e não vislumbramos soluções. Por isso, não sairemos das ruas enquanto essa reforma não for barrada. Temos clareza de que o golpe não foi somente contra uma presidente eleita legitimamente, mas contra toda a juventude, especialmente a das periferias que é a que mais sofre”, frisou.

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Unidade 

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, lembrou que os ataques do Temer aos trabalhadores são para garantir o pagamento da dívida pública e dos juros aos especuladores e aos grandes banqueiros.

“Depois de apresentar a famigerada reforma trabalhista, com alteração em 100 artigos da CLT só com malefícios aos trabalhadores, agora querem aplicar essa contrarreforma da Previdência. Isto significa aposentadoria na hora da morte”, pontuou Guiomar.

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O dirigente da CSP-Conlutas, Érico Correia, denunciou o que tem acontecido nos atos públicos com “a indústria de multa aos caminhões de som dos manifestantes pela Brigada Militar e pelo prefeito Marchezan (PSDB)”. Segundo ele, a medida tem objetivo de inviabilizar que os trabalhadores façam suas manifestações, o que, acrescentou, é considerada uma repressão repudiada pelo movimento social.

Érico destacou a importância da unidade das centrais sindicais. “Vamos resistir e esta unidade, que passa por cima de diferenças pontuais, é justa e necessária para fazer o bom combate, derrotar o governo Temer e colocar a classe trabalhadora no rumo das conquistas”.

Na lixeira

Antes de encerrar o ato em frente ao INSS, em sinal de protesto e indignação, os manifestantes jogaram cartazes com as fotos dos nove deputados que são favoráveis à reforma da Previdência nas lixeiras.

“Lugar de lixo é na lixeira”, afirmou o secretário de Relações de Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel.

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Fonte: CUT-RS

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Dia do Trabalhador

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Redução da taxa de juros é pauta importante da classe trabalhadora neste 1° de Maio

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Redução da taxa de juros é pauta importante da classe trabalhadora neste 1° de Maio

26 abril, sexta-feira, 2024 às 12:33 pmComentários

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No dia 1° de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, a CUT e as demais centrais sindicais farão atos políticos e culturais em todo o país para mobilizar a classe trabalhadora em torno de suas pautas que englobam a defesa de direitos, democracia e desenvolvimento econômico para gerar mais empregos e renda à população brasileira.

Uma dessas pautas é a redução da taxa de juros definida pelo Banco Central (BC), a Selic. Usada como controle da inflação, ela serve como referência para todas as outras taxas de juros do país e vem se mantendo em patamares elevados há quase três anos. Atualmente está em 10,75% ao ano e ainda é uma das mais altas do mundo, ainda que o Conselho de Política Monetária (Copom) venha reduzindo a taxa a “a conta-gotas”.

Apesar do discurso de controle da inflação, diversos estudos demonstram que juros altos são péssimos para o desenvolvimento econômico, o que, por consequência, prejudica a população brasileira, em especial as camadas de mais baixa renda. É a classe trabalhadora que sofre pagando juros altos em financiamentos, cartão de crédito e todas as demais operações financeiras.

Além disso, por atrapalhar o crescimento econômico, não permite uma maior geração de empregos.

Outro imenso prejuízo ao país e aos brasileiros é que os juros altos aumentam os preços, encarecem os empréstimos e empurram o consumo para baixo e assim, o comércio fica enfraquecido, a produção diminui e as empresas, sem ter para quem vender deixam de expandir seus negócios, empregando menos trabalhadores.

Pauta dos trabalhadores

A luta contra os juros altos é uma luta do movimento sindical, que ao longo do ano passado fez diversas manifestações contra a política monetária do Banco Central, que é uma instituição independente e presidida pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, que mesmo com aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e queda da inflação em 2023, continuou ‘boicotando’ o atual governo.

A vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira, que esteve presente nos atos, defende que é preciso reduzir os juros para o país crescer mais.

“O Brasil possui uma das maiores taxas de juros reais de todo o mundo. Isso prejudica a economia, aumenta o endividamento das famílias e do Estado e freia a geração de empregos. Só os bancos e os especuladores financeiros ganham com as altas taxas de juros. Toda a sociedade é prejudicada”, reforça Juvandia, lembrando que taxa de juros alta tende ‘mergulhar’ os trabalhadores em dívidas, com juros impagáveis.

“O problema é que para pagar suas contas e sair da inadimplência, a população precisa de emprego, ter renda e, para isso é preciso baixar a Selic mais rapidamente para que as empresas e o governo federal tenham condições de fazer investimentos”, diz Vivian Machado, técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), da subseção da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT).

Bandeira de luta do 1º de Maio

O ato do 1º de Maio, Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, será a partir das 10 horas no Estacionamento Oeste da Neo Química Arena (estádio do Corinthians), zona leste da capital de São Paulo. Além do ato político com a presença do presidente Lula, haverá música, diversão e ações de cidadania.

“Por um Brasil mais justo, é tema do 1° de Maio deste ano e para que haja mais justiça social nesse país, eu convido a classe trabalhadora a participar das atividades deste 1º de Maio e exigir a redução da taxa básica de juros, emprego decente, correção da tabela do imposto de renda, a valorização dos serviços e das servidoras e servidores públicos, além de igualdade salarial para quem realiza o mesmo trabalho e aposentadoria digna para quem tanto trabalhou para ajudar o país”, destaca Juvandia Moreira.

Independência do BC – por quê as taxas não baixam?

Embora o presidente Lula (PT) e sua equipe econômica critiquem o índice, o governo federal nada pode fazer porque a Selic é definida pelo Banco Central (BC), que se tornou independente em fevereiro de 2021, após o Congresso Nacional aprovar uma lei que foi sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente do Banco Central é escolhido pelo presidente da República e tem mandato de quatro anos. De acordo com a lei, apenas o Senado tem o poder de avaliar a conduta do presidente Campos Neto. Desta forma, é o Senado que pode decidir a permanência dele no cargo. O mandato de Campos Neto, escolhido por Bolsonaro, termina em dezembro deste ano.

A taxa Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão ligado ao BC. A partir de agosto do ano passado, a Selic passou a cair meio por cento a cada 45 dias, saindo de 13,75% para os atuais 10,25%. Mas este ritmo de queda pode diminuir, depois que o presidente do BC, Campos Neto, disse há “incertezas no cenário macroeconômico, principalmente sobre os juros dos Estados Unidos”.

Segundo o Boletim Focus, publicado na terça-feira (23), os juros básicos devem encerrar este ano em 9,50%. No relatório da semana passada, o BC apontava para uma taxa terminal a 9,13% ao ano. Para 2025, a projeção foi a 9,0%, depois de 19 semanas em 8,50%. A próxima reunião do Copom será nos dias 7 e 8 de maio.

O presidente Lula disse na última segunda-feira (22), que não vai mais falar mal do índice, depois de muitas críticas feitas por ele desde que está no cargo. “Todo mundo sabe que está difícil, mas hoje, aqui, a gente tomou a seguinte decisão: a gente não ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. A gente vai fazer aquilo que a gente pode”, disse, durante o lançamento do programa Acredita, que prevê renegociação de dívidas para Médias Empresas (ME) e Micro e Pequenas Empresas (MEIs), nos mesmos moldes do Desenrola.

Fonte: CUT BRASIL

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CUT-RS expressa insatisfação com negociações do piso mínimo regional para 2024 e reivindica maior reajuste

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Mesmo com a ausência das federações empresariais, a CUT-RS e as centrais sindicais participaram, nesta terça-feira (23), da última rodada de negociações do Comitê de Negociação do Piso Regional do RS, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), com a presença do secretário de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella.  

Após diversas rodadas de negociações entre sindicatos e representantes do setor empresarial no Rio Grande do Sul, o Fórum das Centrais Sindicais do RS entregou ao secretário um documento com o posicionamento final sobre o processo de reajuste do salário mínimo regional para 2024.

Apesar de o governo do estado ter proporcionado uma estrutura adequada para as negociações, mediadas pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Profissional, as centrais sindicais consideram o resultado insatisfatório.

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Comitê de Política de Valorização do Piso Salarial

O governo estadual instituiu, por meio do Decreto Nº 57.502 de março de 2024, um Comitê de Política de Valorização do Piso Salarial, um avanço para a inclusão de categorias de trabalhadores e trabalhadoras sem representação sindical. Entretanto, a negociação foi marcada por desacordos significativos. Apenas na terceira reunião o setor patronal apresentou uma proposta de reajuste de 2,21%, muito abaixo do pedido inicial dos trabalhadores, de 14,82%. Como contraproposta, as centrais sindicais reduziram sua reivindicação para 8,45%, em linha com o reajuste do salário mínimo nacional, porém sem sucesso nas negociações.

No documento o Fórum das Centrais Sindicais destacou vários problemas nas negociações do reajuste do mínimo gaúcho nos últimos anos, incluindo reajustes abaixo da inflação, falta de retroatividade, e atrasos na aprovação e implementação dos reajustes. Esses problemas resultaram em perdas significativas para os trabalhadores, agravadas por aumentos consideráveis no custo da cesta básica.

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Diante da falta de consenso, as centrais pediram ao governo do estado que estabeleça o índice de reajuste e encaminhe, em regime de urgência, o projeto de lei à Assembleia Legislativa com os valores nominais para as cinco faixas do Mínimo Regional.

As centrais sindicais também solicitaram que o índice de 8,45% seja considerado e que o governo Leite leve em conta as negociações e convenções coletivas de outros setores econômicos, como o agronegócio, que têm obtido reajustes superiores a 7%.

A CUT-RS espera que o processo de reajuste avance rapidamente para evitar mais perdas aos trabalhadores do estado.

Fonte: CUT-RS

Fotos: Matheus Piccini / CUT-RS

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Brasil tem o maior número de resgatados do trabalho escravo em 10 anos, mostra CPT

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O Brasil teve, em 2023, o maior número de pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo no campo. Os dados foram divulgados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), que contabilizou 2.663 vítimas resgatadas em 251 casos de trabalho escravo denunciados.

O relatório anual Conflitos no Campo Brasil, publicado pela CPT, mostra que os números de casos de trabalho análogo à escravidão identificados e de trabalhadores envolvidos vêm crescendo de maneira consistente desde 2021, quando o número de vítimas resgatadas voltou a ser maior que 1.000 após sete anos.

A CPT aponta que os números crescentes têm relação direta com o aumento de ações de fiscalização realizadas nos últimos três anos, não só no campo como também nas cidades. Ao Brasil de Fato, o frei Xavier Plassat, agente da CPT em Araguaia (TO) e coordenador da campanha “De Olho Aberto para Não Virar Escravo” afirma que os casos ainda estão gravemente subnotificados.

“A gente não tem uma noção clara do tamanho do iceberg. A gente está, através do resgate, enxergando a parte visível do iceberg. Mas o tamanho do que está embaixo não é visível. Daí a necessidade de um trabalho intensificado de sensibilização, de divulgação e informação da população e incentivo à vigilância e à denúncia”, apontou.

“Quanto mais você fiscaliza e resgata, mais suscita o incentivo para novas pessoas se darem conta da situação e denunciarem. O exemplo típico é o trabalho escravo doméstico. Cinco anos atrás quase não se falava, e nos últimos anos está crescendo a uma velocidade impressionante”, complementou Plassat.

Nas atividades rurais, a maior parte dos resgates de mão de obra escravizada foi na cultura de cana-de-açúcar, com 618 trabalhadores. As lavouras permanentes vêm a seguir, com 598 resgates (sendo 302 na do café e 210 na da uva); enquanto as lavouras temporárias tiveram 477 resgates.

Entre os estados brasileiros, Goiás foi o que teve o maior número de trabalhadores retirados do trabalho escravo: foram 699 no total. Minas Gerais (com 472 resgates) e Rio Grande do Sul (323) vieram a seguir. Entre os casos no Rio Grande do Sul destaca-se o das vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, onde 210 trabalhadores foram resgatados na colheita da uva.

Para Plassat, o governo Bolsonaro agiu e desidratou contra diferentes tipos de fiscalização – entre elas as fiscalizações trabalhistas. Isso se somou a uma paralisia de muitos anos nas contratações de auditores fiscais do trabalho – a categoria está mobilizada desde o início do ano para pressionar o atual governo. Ele defende que um novo concurso para o cargo garanta a distribuição dos profissionais por outras áreas.

Os estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul concentram dois terços das ações de fiscalização no país nos últimos três anos. A CPT aponta que estados como Mato Grosso, Piauí, Maranhão e, especialmente, a região amazônica, ainda estão muito abaixo do ideal em número de ações de fiscalização.

“Não será satisfatório [o número de fiscalizações] enquanto não formos capazes de fiscalizar o maior risco associado a várias violações: mineração ilegal, invasão de território, desmatamento, violações graves do ordenamento fundiário, que são geralmente associados também à prática do trabalho escravo”, pontuou Plassat.

Fonte: Brasil de Fato

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