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Nova diretoria da Fecosul é empossada e presidente pede unidade na luta contra retrocessos
Em cerimônia festiva, a nova diretoria da Fecosul, para gestão 2016/2020, foi empossada na noite da sexta-feira (15/07), na Casa do gaúcho, em Porto Alegre. A cerimônia contou com a presença de autoridades como o Senador da República, Paulo Paim, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, Tribunal Regional do Trabalho, Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas e Sindicatos de diversas categorias.
A cerimônia iniciou com a entrega dos diplomas de posse a todos os membros eleitos da nova diretoria. O secretário-geral da Fecosul, Paulo Ferreira e a diretora da Secretaria da Mulher, Silvana Maria da Silva, realizaram a entrega de posse aos novos diretores. O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, diretor das Relações Internacionais, Luiz de Souza Arraes, entregou o diploma para o presidente reeleito Guiomar Vidor.
Guiomar Vidor, presidente empossado da Fecosul.
O presidente empossado, Guiomar Vidor, em seu discurso falou sobre a trajetória e o protagonismo da Fecosul na luta pelos direitos dos comerciários gaúchos e dos trabalhadores em geral. “A Fecosul completa, este ano, 78 anos de existência e durante esta trajetória tivemos muitos períodos de escuridão, mas tivemos no início dos anos 80 uma retomada da luta dos comerciários no RS. Quero saudar o companheiro Schulte e Moacir, que foram símbolo dessa retomada, mas também fazendo uma referência para todos aqueles que contribuíram para que a Fecosul fosse hoje esta entidade de luta, de referência e de participação nas decisões políticas do nosso país e, principalmente, por ser uma entidade preocupada com a valorização dos comerciários. A nossa Federação participou ativamente pela luta da redemocratização do pais, no início dos anos 80. Estivemos na assembleia nacional constituinte, com grandes caravanas de comerciários, para que na Constituição federal fossem garantidos os direitos básicos dos trabalhadores e trabalhadoras, o direito à liberdade e autonomia sindical. Conquistas importantes, pilares da nossa democracia que hoje eles, governo ilegítimo, quer derrubar”, destacou Vidor.
Unidade para enfrentar os desafios
Vidor saudou aos convidados presentes e a falou sobre os desafios da classe trabalhadora. “Eu queria fazer uma saudação para todos aqui presentes, pessoas comprometidas com a defesa do trabalho em várias estâncias, presenças que orgulham e engrandecem a nossa luta. Hoje eu e meus companheiros estamos assumindo, coletivamente, a grande tarefa de conduzir a nossa federação na luta dos trabalhadores do comércio por mais quatro anos. É um grande orgulho para nós termos sido eleitos, no 10° Congresso, por mais de 97% dos delegados e delegadas participantes daquele encontro. Um congresso que debateu não só as lutas específicas dos trabalhadores do comércio, mas também os problemas que o nosso Estado e nosso país vivem neste momento. Então, um congresso onde foi construído, através do debate e da consciência coletiva, a necessidade de uma unidade cada vez maior da classe trabalhadora para que possamos enfrentar os grandes desafios que estão sendo colocados, neste momento onde há uma grande ofensiva dos setores retrógrados e neoliberais que tomaram o poder do país de assalto. Estamos vivendo grandes dificuldades, mas estas dificuldades já passamos no passado e conseguimos superar. Agora, mais uma vez somos chamados a construir está grande unidade, composta por trabalhadores do campo, da cidade, intelectuais, dos setores progressistas e da sociedade para não permitir que este golpe seja legitimado”.
Diretor das Relações Internacionais da CNTC, Luiz de Souza Arraes, entregou o diploma para o presidente reeleito Guiomar Vidor.
Plebiscito nacional
“O momento político atual é de grandes incertezas, na verdade nós sofremos sim um golpe, porque a presidenta Dilma foi inocentada. O Tribunal de Contas confirmou o que já sabíamos, não há crime de responsabilidade que justifique afastamento da nossa presidenta. Mas sabemos que o afastamento não foi pelos erros que Dilma cometeu, mais sim pelos acertos que ela cometeu. Este golpe tem o apoio de setores mais conservadores da sociedade brasileira, como o empresariado mais atrasado, que querem impor para os trabalhadores, em pleno século 21, uma agenda do século do século 19. Nesta agenda eles querem debater a flexibilização da jornada de trabalho, onde querem implementar uma jornada de 80 horas semanais e não de 40 horas como nós defendemos, que geraria mais de 2 milhões de novos empregos. Eles querem acabar com a previdência e tudo que é de interesse dos trabalhadores, beneficiando os banqueiros, o capital monopolista e os setores da burguesia nacional e internacional. Então isto tudo é sim um golpe, um golpe contra a sociedade brasileira. Nós não vamos permitir que este golpe seja consumado. Por isso, a Fecosul participa da Frente Brasil Popular e das mobilizações sociais para que não se permita que a cassação ou impeachment seja finalizado. Nós vamos lutar para que a presidente Dilma retorne à presidência e com seu retorno encaminhe um plebiscito nacional para que o povo brasileiro decida o rumo do país”, ressaltou o presidente.
Compromisso renovado
“Hoje o coletivo desta direção, renova o compromisso de 4 anos de muita luta em defesa da categoria comerciária do RS e do Brasil, da democracia, do desenvolvimento e da valorização do trabalho. Boa luta companheiros e companheiras”, finalizou o presidente empossado, sob muitos aplausos.
Senador Paulo Paim.
Paim, parabenizou a nova direção da Fecosul e falou sobre os maléficos projetos contra os trabalhadores e aposentados que estão no Senado. “A situação e pior do que pensamos. Existem hoje no Congresso 65 projetos, um pior que o outro, contra os trabalhadores, aposentados e pensionistas. Felizmente alguns eu peguei para relatar, graças a pressão dos movimentos sociais. A terceirização da atividade-fim é um desses projetos, querem terceirizar tudo. Podemos ter por aí comerciários sem lojas, que serão funcionários de um escritório que vão deslocar funcionários para as lojas de acordo com o potencial de venda. Se passar este projeto eu chego a me perguntar o que será da Federação, o que será dos Sindicatos. Porque se terceiriza, você pega as pessoas ficha todas e manda para onde entender, sem quase nenhum direito. Queria também falar da previdência social, eles acabaram com a previdência. Eu já discuti, briguei por reajuste com todos ex-presidentes da República, mas nunca pensei que iria brigar com um presidente, que entrou pela porta dos fundos, para defender que exista o Ministério da Previdência. O Ministério da Previdência é do povo. Michel Temer devolva o Ministério da Previdência para os trabalhadores.
O Legislado sobre o Negociado também foi abordado pelo Senador. “Outro projeto maléfico é o Negociado sobre o Legislado, este é o pior crime que poderiam cometer contra os trabalhadores. Este projeto é muito pior que a Terceirização, pois significa fim da CLT, fim do 10º terceiro salário, fim do fundo de garantia, fim das férias, fim das horas extras. Em outros governos este projeto já tinha sido pautado, mas nós conseguimos derrubar. Com este programa do Michel Temer, a Ponto para o Futuro, eles trouxeram novamente para a pauta. Então agora é para valer, isso pode acontecer, nenhuma lei passa a valer e só o negociado que terá efeito, o que seria o fim do mundo. Negociado sobre o legislado, que vai rasgar a CLT, só por cima do meu cadáver. Vida a longa a Fecosul! ”, finalizou Paim.
O diretor da CNTC, Luiz de Souza Arraes, fez uma breve fala, destacando o trabalho que a Fecosul e presidente Guiomar Vidor já desempenham. “ É um orgulho estar presente hoje aqui. Gostaria de parabenizar o Guiomar e a Fecosul pelo exemplar trabalho que já desenvolvem em defesa da categoria, trabalho que é exemplo em todo o país. Desejo que possam continuar está luta exemplar e que alcancem cada vez mais conquistas para os trabalhadores do comércio e serviços. Parabéns!”, disse Arraes.
A diretora de Políticas Públicas para as Mulher da CNTC, Maria Bernadete Lieuthiev, que também compôs a mesa, parabenizou a toda nova diretoria, destacando a participação das mulheres em sua composição. “Todos estão de parabéns, mas quero dizer aos homens desta diretoria que vocês terão mulheres guerreiras, companheiras de lutas que saberão elevar cada vez mais os direitos dos trabalhadores. Desejo um próspero mandato a todos e a todas”, declarou.
A vice-presidente CPERS/Sindicato, SolangeCarvalho, abordou a dificuldade das mulheres na luta política e unidade dos trabalhadores na luta contra retrocessos. “É muito difícil para as mulheres conseguirem romper as barreiras e deixar em apenas de ser belas, recatadas e do lar para seguir na luta política. Então as mulheres que conseguiram a sua emancipação, passaram dos portões, chegaram até o sindicato, participaram de uma assembleia e chegaram até uma diretoria de Sindicato, meus parabéns, vocês já estão aqui. Quero dizer que é uma grande alegria participar desta posse, porque vejo que tem uma grande parcela de homens e de mulher de luta, numa federação de luta. Também quero saudar o Guiomar, que é uma grande liderança, uma referência política para todos nós. A Fecosul está de parabéns por ter tantas pessoas de lutas e ter como presidente uma grande representação dos trabalhadores como Guiomar Vidor. A Fecosul pode contar com o apoio do CPERS na luta aqui no RS, contra este desgoverno que quer retirar os nossos direitos e, somente com luta e unidade que vamos conseguir barrar estes retrocessos. Boa luta a todos”, destacou.
O representante da CTB Nacional, Sérgio de Miranda, destacou a importância da Fecosul como entidade de luta no RS. “Esta não é somente uma posse, é uma posse de uma das entidades mais importantes e combativas do nosso estado e que tem a frente Guiomar Vidor, grande companheiro que serve de exemplo, motivação e inspiração para nos todos dirigentes sindicais. Também trago um abraço da direção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul – FETAG. Quero parabenizar a todos e desejar muito sucesso nesta caminhada, apesar dos inúmeros espinhos que serão colocados, que possamos transformar estes espinhos em conquistas, mas principalmente que possamos não permitir que nossas conquistas sejam retirada”, desejou Miranda.
Ao final de seu discurso, Sergio Miranda, entregou uma placa de homenagem ao presidente Guiomar Vidor. Após a homenagem, a cerimônia se encerrou com um jantar servido aos convidados.
Assessoria de Comunicação Fecosul – Marina Pinheiro
Fotos: Caco Argemi
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