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Pensar a democracia é incluir pobres nas políticas públicas, diz Cida Gonçalves

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er derrotado Jair Bolsonaro (PL) nas urnas não significou o fim da cultura bolsonarista, o que impôs a necessidade de permanência nas ruas e nas redes para a defesa da democracia, e a CUT deve seguir nessa trincheira de luta a todo o momento, conforme avaliação dos participantes da mesa que abriu o terceiro dia do 14° Congresso Nacional da CUT (CONCUT), na manhã deste sábado (21).

A atividade é uma continuidade das discussões em torno das estratégias de atuação da Central para o próximo período, que teve início na tarde de sexta-feira (20). Nesta manhã, a mesa “Protagonismo da CUT na reconstrução do Brasil, da democracia, dos direitos e da soberania” conduzido pela secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti, abordou temas inerentes à atuação do movimento sindical cutista, como direitos humanos, inclusão e diversidade, mas que precisam ser aprofundados nas teses, resoluções e demais documentos de orientação da entidade.

Convidada da mesa, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, fez uma análise de conjuntura tendo como ponto de partida os últimos anos que antecederam o atual governo, quando houve ataques aos direitos e desmontes de importantes políticas públicas voltadas, sobretudo, às populações mais pobres.

“Nós tínhamos uma política de inclusão até durante o mandato do governo Dilma. Agora, recebemos um Brasil com 33 milhões de pessoas passando fome, abaixo da linha da pobreza. Essa é a realidade que temos de enfrentar. Portanto, pensar a democracia é pensar como iremos incluir essas pessoas nas políticas públicas. E esse tem sido o desafio do presidente Lula”, disse a ministra.

Ao falar em seguida, a atual secretária da Mulher Trabalhadora da CUT, Juneia Batista relembrou sobre as conquistas das trabalhadoras ao longo dos últimos anos relacionadas aos direitos e ações de enfrentamento à violência. A dirigente também celebrou os avanços dentro da CUT sobre as pautas das mulheres, especialmente a paridade de gênero para os cargos de direção.

“Quando a CUT foi fundada, em 1983, eram 35 pessoas compondo a primeira direção. Destas, somente duas eram mulheres, Clara Ant e a professora paraense Venize Rodrigues. Hoje temos a sonhada paridade de 50%, mas queremos essa paridade qualificada, ocupando as presidências da Central e estaduais, as tesourarias e os demais espaços de poder que sempre foram entregues aos companheiros homens”, cobrou Juneia, que encerra seu mandato na secretaria neste congresso.

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Antes do debate, foi iniciada com uma mística por trabalhadores e trabalhadoras LGBTQIA+, que destacaram a importância da Central em promover a inclusão de representantes desse segmento em suas discussões internas. “Nada sobre nós, sem nós”, bradavam. Em seguida, também revezaram sindicalistas das centrais sindicais italiana, CGIL, e africana, CSI, que fizeram saudações ao público presente.

Outro momento de grande euforia e emoção no espaço se deu com as intervenções de delegados e delegadas representados por trabalhadores com deficiência, jovens, mulheres e negros, que trouxeram questões e desafios vivenciados por esses grupos no mundo do trabalho.

Também presentes na mesa, a secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, Janeslei Albuquerque, e Amanda Corsino, dirigente do Sintect/DF, fizeram falas comemorando o atual momento de reconstrução do país após intensos períodos de incertezas e ataques dos governos de Michel Temer e Bolsonaro.

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A continuidade da mesa seguiu com a leitura e discussões das emendas que serão anexadas ao plano de lutas, caso aprovadas. O texto base com as estratégias da CUT é público e está disponível no site da entidade. Para ler a íntegra, clique aqui.

Fotos: Roberto Parizzotti

Fonte: Rafael Silva | Editado por: Rosely Rocha  – CUT Brasil

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