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Presidente da CUT-RS visita Viamão e denuncia que reforma trabalhista não gerou empregos
De passagem por Viamão, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo ,visitou a sede do Diário de Viamão na manhã da última sexta-feira (18/05). Em uma rápida conversa, ele falou principalmente sobre os seis meses recém completos da reforma trabalhista, criada pelo governo Temer no ano passado e aprovada pelo Congresso Nacional, que entre outras medidas flexibiliza a jornada e as formas de contratação dos trabalhadores.
Segundo o dirigente sindical, a reforma trabalhista retirou direitos ao mesmo passo que não cumpriu a sua maior promessa, a de gerar seis milhões de empregos.
“O que aconteceu na verdade foi terminar com os dois maiores direitos do trabalhador, assegurados pela CLT: trabalho e salários fixos, o que pelo efeito cascata acaba injetando menos dinheiro na economia do país” garantiu o presidente da CUT-RS.
Para Nespolo, a reforma trabalhista não se fazia necessária à medida em que mais de 80% da CLT já havia sido revisitada por projetos como o que garantiram a incorporação do famoso PPR (Programa de Participação de Resultados) ou até mesmo a chamada PEC das domésticas, que oficializou de vez a forma de contratação deste tipo de profissionais.
Outra grande perda para os sindicatos foi o fim da obrigatoriedade do dia de trabalho para o imposto sindical, que embora faça muita falta para os sindicatos, segundo Nespolo, não abalou a situação financeira da CUT.
“A Central sempre trabalhou com o sistema de associados, então seguimos financiando os projetos que são de necessidade da classe, sem prejuízos para os associados”, disse.
Há prejuízos, no entanto, nas ações movidas na Justiça do Trabalho, pois a nova legislação obriga o trabalhador a pagar as custas do processo, incluindo o advogado do empregador, caso perca a ação. A CUT alega que a ideia do governo Temer era justamente diminuir o número de ações trabalhistas, o que realmente aconteceu, muito embora historicamente menos de 1% dos trabalhadores tenham perdido ações na Justiça.
ESTATUTO DO TRABALHO
A luz no fim do túnel para toda esta questão está no projeto de lei apresentado pela Comissão dos Direitos Humanos, que tem como vice-presidente o senador gaúcho Paulo Paim (PT). O texto, chamado de Estatuto do Trabalho, contra-ataca a reforma trabalhista.
“Nós acreditamos que este texto só terá condições de ser votado no ano que vem, com uma outra legislatura que deve renovar o Congresso. Os que lá estão não vão aprovar o Estatuto”, argumenta Nespolo.
É de autoria da CUT-RS os outdoores espalhados pelo estado com foto, nome e partido dos deputados federais gaúchos que aprovaram a reforma trabalhista no Congresso, o que, era de se esperar, gerou revolta nos parlamentares envolvidos e até processos contra a entidade.
“Não há problema nenhum em publicizar um fato público e de conhecimento de todos. Não estamos mentindo, queremos apenas que os eleitores destes deputados saibam que eles votaram a favor deste retrocesso. E tem mais, fazemos questão de colocar o outdoor nas regiões onde o deputado fez mais votos – disse Nespolo.
Fonte: Diário de Viamão