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“Se o golpe se consolidar, virá um pacote de maldades para os trabalhadores”, alertam Pimenta e Orlando
A informação, divulgada pela mídia na última sexta-feira (22/07), de que o governo interino de Michel Temer prepara um “pacote de bondades” para agradar a base no Congresso Nacional, entre as quais a liberação de emendas parlamentares para obras de infraestrutura já contratadas, é diferente do que se pode esperar se o Senado afastar Dilma Rousseff definitivamente. “Bondades serão apenas para os deputados e senadores que formam a base do golpe que Temer deu. Depois da votação do impeachment no Senado, se o golpe se consolidar, virá um pacote de maldades para os trabalhadores”, diz o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).
Entre as “maldades” que estão sendo preparadas, o parlamentar menciona restrições de direitos trabalhistas, reforma da Previdência com idade mínima de aposentadoria e diminuição de inúmeros outros direitos e programas sociais. “O pacote que o Brasil vai conhecer é maldade para o nosso povo”, acrescenta. “O governo já propôs um teto de gastos sociais. Isso é um eufemismo para ocultar a retirada de direitos.”
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) tem avaliação semelhante. Para ele, o suposto pacote seria composto de “bondade para deputados e senadores, não para a população”. Segundo as informações, o presidente interino quer ajudar a “sacramentar” o impeachment, segundo a Folha de S. Paulo.
“O governo Temer recebeu apoio da Fiesp, de grupos ligados ao agronegócio, das bancadas conservadoras, e ele tem um preço a pagar. Esse preço é enfrentar a legislação trabalhista e previdenciária, dificultar o avanço da reforma agrária, da demarcação de terras indígenas e quilombolas, atacar os direitos civis”, afirma Pimenta. “É incompatível com os agentes protagonistas do golpe qualquer pauta que não seja contrária aos interesses da maioria da população.”
Na opinião de Orlando Silva, as medidas já apresentadas pelo governo Temer em pouco mais de dois meses são uma amostra do que pode estar a caminho se o impeachment for consolidado no Senado, no final de agosto, depois dos Jogos Olímpicos. “Por isso, é muito importante a resistência nesse momento. Impedir a consolidação do golpe é impedir um retrocesso de décadas”, alerta o comunista.
Pimenta diz que o chamado “pacote de bondades” que estaria sendo preparado é, na verdade, uma prática conhecida como “fisiologismo”, mas é abordada com benevolência pela mídia. “É o velho toma lá dá cá da política brasileira, que a imprensa sempre criticou, mas agora trata com naturalidade.”
O petista acrescenta que essas práticas eram rejeitadas Dilma Rousseff. “A base de Temer não quer direito de trabalhador, quer vantagem pessoal, troca de favor. Era isso o que eles (os deputados fisiológicos) cobravam da Dilma, e ela não fazia esse jogo miúdo.”
Fonte: Rede Brasil Atual
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