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Senado convida ministro do Trabalho de Temer a explicar portaria que alivia fiscalização do trabalho escravo
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, foi convidado nesta quarta-feira (18) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado a explicar a portaria do governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) que aliviou as regras para a fiscalização do trabalho escravo.
A portaria nº 1.129/2017 foi publicada no Diário Oficial da União na segunda-feira (16) determinando que jornadas extenuantes e condições degradantes, a partir de agora, só serão consideradas trabalho análogo à escravidão se houver restrição de locomoção do trabalhador.
A audiência pública deverá ser realizada no dia 8 de novembro e atende a um pedido do senador Paulo Paim (PT-RS). Ele integra um grupo de senadores apresentou um projeto de decreto legislativo para anular a portaria. O parlamentar gaúcho afirmou que a portaria é uma revogação da Lei Áurea. “Precisamos dialogar e quem sabe o ministro decidirá retirar essa portaria”, disse.
A portaria prevê também que a lista suja de empregadores será divulgada pelo ministro do Trabalho, e não mais pelo corpo técnico do Ministério. O documento determina que a fiscalização só poderá ser feita com a presença de policiais.
O documento estabelece a existência de cerceamento de liberdade como condição para a caracterização de “condições degradantes” e “jornada exaustiva”.
O Partido dos Trabalhadores anunciou que vai entrar com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a portaria.
Segundo Paim, a portaria faria parte de um pacote do presidente Michel Temer para conseguir que a Câmara dos Deputados rejeite a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra ele pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa.
“A portaria, praticamente, em outras palavras, revoga a Lei Áurea porque desestrutura tudo que nós temos até hoje”, afirmou Paim.
O senador também informou que o relatório final da CPI que investigou a situação da Previdência Social será apresentado na próxima segunda-feira (23).
Fonte: Senado