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Sindicomerciários Viamão participa de atos das Centrais sindicais para dizer não à terceirização
Dirigentes do Sindicomerciários Viamão participaram de manifestações contra o projeto de lei que amplia a terceirização nesta quinta-feira (25/06), em Porto Alegre. As atividades começaram ainda na parte da manhã, os trabalhadores fizeram concentração ao lado do Mercado Público da capital. Enquanto os manifestantes chegavam, dirigentes sindicais falaram, em cima de um caminhão de som, sobre os malefícios do PL que, caso seja aprovado, reduzirá salários e acabará com os direitos trabalhistas duramente conquistados e, hoje, assegurados na CLT. O local escolhido para o início das atividades foi a frente da Federasul, por se tratar de uma das principais entidades empresariais que defende a aprovação do PL.
Por volta do meio-dia, o grupo composto por mil manifestantes seguiu em caminhada para a Assembleia Legislativa, parando no cruzamento das ruas Borges de Medeiros e Rua dos Andradas. O espaço mais conhecido por Esquina Democrática foi o palco de um ato de protesto e insatisfação à atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O parlamentar feito de papel e jornal foi colocado dentro de um caixão de papelão e queimado em público para que a sociedade se conscientize dos retrocessos que estão sendo votados e aprovados no parlamento por conta da maneira retrógrada que Cunha comanda a Casa. Completando a simbologia do ato, uma coroa de flores expressava o descontentamento do movimento sindical e social pelo vínculo do deputado com causas anti-democráticas e preconceituosas. Adjetivos como homofóbico, ditador e racista podiam ser lidas no cartaz.
Já na Assembleia, à tarde, os manifestantes e dirigentes sindicais foram convidados a participar da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado, presidida pelo senador Paulo Paim. O tema do debate também foi as terceirizações, já que o PL aprovado na Câmara, tramita agora no Senado como PLC 30/2015.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, participou da mesa da audiência ao lado do senador e parabenizou o parlamentar pelo espaço democrático que o Senado tem aberto para que se discuta o PL. “Saúdo todas as centrais sindicais por nossa unidade, em especial os companheiros da Força Sindical, que estavam do outro lado, mas se convenceram a ficar conosco. Vivemos um momento muito importante na vida do nosso país e precisamos resistir às forças conservadoras que assombram o Congresso. Os patrões levam tão à serio a terceirização que terceirizaram inclusive seus representantes nesta audiência. Ouvi-los só reforça ainda mais nossas convicções. Afinal o argumento usado pelo setor empresarial é que a terceirização vai aumentar as vagas de emprego. Ocorre que essa é uma grande mentira. Segundo estudos do Dieese, os trabalhadores terceirizados recebem 27% menos, e trabalham três horas a mais por semana. Assim, para manterem os mesmos salários os trabalhadores, caso sejam terceirizados, terão que trabalhar mais e as vagas de empregos se reduzirão ao contrário do que defendem os patrões. Esse PL representa a desconstrução do direito do trabalho e da organização dos trabalhadores que serve para lutarmos por melhores condições e salários. Não permitiremos que esse retrocesso se concretize”, defendeu.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, Assis Melo, também esteve presente na atividade e em sua fala manifestou preocupação com o projeto de lei que não mexe apenas com as relações de trabalho, mas também com a economia do país. “O projeto é anti-nação afinal com ele não vai haver maneira de competir com outros mercados. Caso seja aprovado, não voltaremos ao século 19, mas ao 17, porque será a precarização total das relações de trabalho. Mas ao defender esse PL os empresários querem na realidade é diminuir custos, e isto me remete também a NR12, que afirma que não podem haver máquinas que decepem as mãos, braços ou as vidas dos trabalhadores nas fábricas. Os empresários lutam no Senado e no Ministério do Trabalho para retirar essa norma porque é muito caro ter uma máquina com proteção, mas a vida do trabalhador não tem preço. As pressões são fortes, mas nossa luta é maior. Não à terceirização que precariza ás relações de trabalho”, afirmou Melo.
Fonte: CTB RS